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quinta-feira, 20 de junho de 2024

MUAMMAR GADDAFI, O HOMEM QUE QUIS UNIFICAR OS POVOS



Muammar Gaddafi

Foto: Google imagens. Gaddafi.
 


Nascido a 1942 em Abu HadiLíbia Italiana, Muammar Mohammed Abu Minyar al-Gaddafi descende de família islamita sunita, dos Berberes Beduínos da Arábia. Desde muito jovem gostava de escutar os discursos políticos do líder egípcio Gamal Abdel Nasser, que chamava os povos árabes à unidade pan-arabismo e defendia a causa palestina, o que o ajudou a adquirir uma precoce consciência política.

Gaddafi fez seus estudos secundários na cidade de Saba, onde ele e mais três amigos criaram o grupo primeiro grupo revolucionário “Pan-Árabe”, com o intuito de derrubar o rei Árabe Nasser, futuramente.

Ao entrar para a política, sua atuação era voltada à unificação dos países do Oriente Médio e africanos, tentando consolidar o que denominaria de os “Estados Unidos do Saara”. Infelizmente o seu sonho de unidade entre os povos não prosseguiu depois da sua morte “precoce” (69 anos) causada pelos Estados Unidos da América.


Os seus planos foram diversos e muitos deles postos em prática. Aqui estão alguns exemplos dos seus feitos enquanto governou a Líbia e as razões reais pelas quais Gaddafi foi morto:


1. Na Líbia, a eletricidade era gratuita para todos os cidadãos.

2. Não existiam taxas de juros sobre os empréstimos, os bancos eram estatais, o empréstimo aos cidadãos por lei era de 0%.

3. Gaddafi prometeu não comprar uma casa para os seus pais até que todos na Líbia possuíssem uma casa.

4. Todos os casais recém-casados ​​na Líbia receberam 60.000 dinares do governo, com o dinheiro compravam os seus próprios apartamentos e formavam famílias.

5. A educação e o tratamento médico na Líbia eram gratuitos. Antes de Gaddafi havia apenas 25% de alfabetizados, 83% durante seu reinado

6. Se os líbios quisessem viver num sitio, recebiam gratuitamente eletrodomésticos, sementes e gado.

7. Se não puderem receber tratamento na Líbia, o Estado financiava mais de 2.300 dólares para hospedagem e viagens para tratamento no exterior.

8. Se você comprasse um carro, o governo financiava 50% do preço.

9. O preço da gasolina passou a ser de US$ 0,14 por litro.

10. A Líbia não tinha dívida externa e as reservas eram de 150 mil milhões de dólares (agora congeladas em todo o mundo)

11. Se algum líbio não conseguisse encontrar emprego depois da escola, o governo pagava o salário médio até encontrar emprego.

12. Parte das vendas de petróleo na Líbia era distribuída diretamente nas contas bancárias de todos os cidadãos.

13. A mãe que dava a luz recebia US$ 5.000

14. 40 pães custavam US$ 0,15.

15. Gaddafi implementou o maior projeto de irrigação do mundo, conhecido como “BIG MAN PROJECT”, para garantir a disponibilidade de água no deserto.


Líbia antes e depois da invasão dos EUA. Google Imagens.

 

 

Fonte: biógrafos David Blundy e Andrew Lycett.

 

Por Moisés Calado.


quarta-feira, 5 de julho de 2023

MARIETTA BADERNA, O NOME QUE VIROU SINÔNIMO DE CONFUSÃO NO DICIONÁRIO BRASILEIRO

 


MARIETTA BADERNA E A CRIAÇÃO DA "CONFUSÃO"


Imagem: Pensar a História



Há 195 anos, 5/7/1828, nascia a bailarina Marietta Baderna. Seu comportamento boêmio e o hábito de incorporar elementos da cultura afro-brasileira em sua dança escandalizariam de tal modo a elite carioca que seu sobrenome seria dicionarizado como sinônimo de "confusão".

Marietta Baderna nasceu na cidade italiana de Piacenza, na região da Emília-Romanha, filha do médico Antonio Baderna. Desde criança, Marietta nutria o sonho de se tornar bailarina, o que se concretizou com sua estreia nos palcos de Piacenza aos doze anos de idade.


Imagem: Pensar a História

Aprendiz do célebre coreógrafo Carlo Blasis, Marietta não tardou em se destacar dança: ainda adolescente, tornou-se integrante do corpo de baile do Teatro Alla Scala de Milão e, aos 19 anos, viajou para a Inglaterra, onde se apresentou em uma temporada no Covent Garden.

Se sua carreira profissional deslanchava, o mesmo não poderia ser dito de seus ideais políticos. Marietta e seu pai eram republicanos, partidários do revolucionário Giuseppe Mazzini, derrotado por monarquistas e conservadores austríacos na malsucedida Revolução de 1848.


Imagem: Pensar a História



Sem subir aos palcos desde que a arte dos teatros fora banida da Itália por determinação dos ocupantes austríacos e sofrendo perseguição política em sua terra natal, a bailarina decidiu se mudar para o Brasil, onde desembarcou com sua família em 1849.

Estabelecida no Rio de Janeiro, Marietta recebeu convite para se apresentar com sua companhia no Teatro São Pedro de Alcântara. Seu talento encantaria imediatamente a elite carioca, que passou a lotar os assentos da plateia para vê-la dançar.


Imagem: Pensar a História


A "lua de mel", entretanto, duraria pouco tempo. Os hábitos "transgressores" da bailarina logo se chocariam com os valores da sociedade conservadora e escravocrata do Império Brasileiro. Marietta Baderna gostava de festas e, não raramente, saía sozinha à noite para frequentar os bailes populares. Namorava, bebia e dançava madrugadas adentro. Marietta Baderna gostava de festas e, não raramente, saía sozinha à noite para frequentar os bailes populares. Namorava, bebia e dançava madrugadas adentro.

Marietta passou a incorporar elementos dos ritmos africanos - sobretudo os passos do lundu - em suas apresentações nos palcos cariocas. E os populares com quem fazia amizade — trabalhadores braçais, negros escravizados e alforriados, vendedores ambulantes — passaram a frequentar as sessões abertas do Teatro São Pedro para prestigiar a bailarina, desenvolvendo uma forte identificação com suas apresentações.


Imagem: Pensar a História 


Quando Marietta Baderna entrava em cena, seus admiradores — ditos baderneiros — faziam uma algazarra. Aplaudiam, batiam os pés no chão, assobiavam, gritavam o seu nome — chocando a aristocracia na plateia, acostumada à reverência silenciosa dos espetáculos artísticos. As manifestações efusivas e a presença de negros, trabalhadores braçais, pessoas do povo na plateia — normalmente reservada ao usufruto da elite carioca — logo começaram a incomodar a sociedade racista e elitista do Império.

Aos poucos, os convites para a companhia de dança de Marietta Baderna começaram a escassear. Boicotada, a bailarina somente era escalada para papéis secundários no Teatro São Pedro. Seu sobrenome passou gradualmente a ser associado à bagunça, desordem e libertinagem.

Quatro anos antes de seu falecimento, ocorrido em 3 de janeiro de 1892, o dicionário de Antônio Joaquim de Macedo Soares se tornaria o primeiro a registrar o sobrenome da "bailarina do povo": baderna se tornara, então, sinônimo de "súcia dançante".


Imagem: Pensar a História

 

Por Pensar a História.




quinta-feira, 29 de junho de 2023

JULGAMENTO SE ENCERRA NESTA QUINTA-FEIRA COM O RESULTADO DE 3 X 1 A FAVOR DA INELEGIBILIDADE DE BOLSONARO



TSE RETOMA O JULGAMENTO NA SEXTA-FEIRA, 30/06/2023



Imagem: Globo News


Após o Relator do Julgamento de Inelegibilidade, Benedito Gonçalves, votar a favor da interdição, os Ministros Floriano Marques e André Tavares seguiram a inequívoca argumentação inicial da relatoria. No entanto, o segundo voto, perpetrado pelo Ministro Raul Araújo, íntimo do primeiro investigado (Bolsonaro), fora contra, alegando documentos não constantes na apreciação do mérito. A "Minuta de Golpe" que seria utilizada pelo réu e os seus conluiados não consta na contestação do ministro relator, limitando-se apenas às reuniões com embaixadores e aos contínuos ataques à democracia e à confiabilidade das urnas eletrônicas, por via direta ou através de suas falas em redes sociais.

Estima-se que o julgamento seja encerrado amanhã (sexta-feira, 30 de Junho de 2023), com os votos da Ministra Carmén Lúcia (vice-presidente do TSE), do indicado pelo primeiro acusado ao STF, Nunes Marques e do presidente do TSE, Ministro Alexandre de Moraes. Portanto, o resultado esperado é de 5 x 2 a favor da inelegibilidade do réu, visto que os indicados por ele tentarão ser fiéis às indicações e os 2 votos são afiançados.


Por Moisés Calado.

sexta-feira, 17 de março de 2023

TERRORISMO DO DIA 08 DE JANEIRO: EX-COMANDANTE DEPÕE À CPMI






TERRORISMO BOLSONARISTA

Imagem WhatsApp: Atos terroristas em Brasília. Dia 08 de Janeiro de 2023. 


No dia 8 de Janeiro deste ano (2023), após a posse do atual presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, houve uma completa destruição das sedes dos Três Poderes, em Brasília. Dia 12 de Dezembro do ano passado já haviam ocorrido destruições e terrorismos pelas ruas de Brasília e em algumas cidades aderentes a um golpe de Estado orquestrado pelo então presidente Jair Bolsonaro e uma pequena cúpula golpista do Exército. Neste interim, e desde o dia 30 de Outubro de 2022, quando as eleições presidenciais foram definidas pelo povo a favor de Lula, acampamentos golpistas se fixaram nas frentes dos quartéis de todo o Brasil com uma única intenção: impedir o vencedor do pleito eleitoral de tomar posse da presidência do país.


Imagem: WhatsApp. Acampamento golpista em Brasília.


Há dois meses, deputados embusteiros, eleitos pela sigla do ex-presidente golpista (União Brasil/PL), que se encontra foragido do país por temer a prisão, iniciaram uma campanha para arrecadação de assinaturas a fim que se constituísse uma CPMI no Congresso Nacional. Com o cômputo de firmas suficientes, a abertura da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito foi iniciada automaticamente, sem a necessidade da homologação dos presidentes das casas legislativas. Os então parlamentares têm listas de integrantes a serem intimados a depor com intento de ludibriar a população em favor do terrorismo bolsonarista do dia 08, assim como os parlamentares do campo progressista têm suas listas de depoentes para confirmarem as reais intenções e culpados pelo terrorismo na Esplanada dos Três Poderes.

Ontem, 16 de Março de 2023, um dos presos acusados de chefiar a destruição em Brasília, o ex-Comandante da Polícia Militar do Distrito Federal, Jorge Naime, depôs à CPI da Câmara dos Deputados. Ao dia 08 de Janeiro ele dirigia o batalhão da PM/DF, o que resultou em sua prisão pela Operação Lesa-Pátria por supostamente compactuar com os atos terroristas. Em depoimento aos parlamentares, Naime relatou que a polícia militar fora atrapalhada e impedida de atuar na proteção do Palácio do Planalto, das casas legislativas e do Supremo Tribunal Federal (STF); que o obstáculo viera dos militares do Quartel General do Exército da capital do país.



Ao ser questionado como viviam os golpistas nos acampamentos, ele foi enfático: “Eu ‘tive’ várias vezes naquele acampamento, como eu já falei, né? E eles realmente viviam uma bolha, ali dentro. Eles só consumiam informações e grupos, e o que era falado naquele carro de som, e eles não viam o que ‘tava’ acontecendo fora daquilo ali... e assim, parecia uma seita; tinha hora que você conversava com alguns lá, parecia uma seita. E, ali realmente foi o epicentro; ali chegou ao absurdo de eu receber um dia, um líder chamado Renan Sena: fez um vídeo, botou nas redes sociais acusando um outro líder de ter cometido estupro dentro do acampamento. Eu falei a respeito desse vídeo, mostrei, inclusive esse vídeo na época, em uma das reuniões que nós tivemos no Exército, para poder ver que nível que ‘tava’ chegando a coisa, né? A gente já tinha informações de tráfico de drogas, de ambulante, de prostituição, tinha já esse vídeo que apareceu de denúncia de estupro; e a gente ficava ali, a Polícia Militar... não foi uma ou duas vezes, eu botei quinhentos homens... quinhentos homens eu botei à disposição do Exército na Rainha da Paz, no dia vinte e nove do doze eu botei quinhentos e cinquenta e três homens à disposição do Exército pra retirar aquele acampamento definitivamente e a operação foi cancelada. A operação foi planejada na tarde do dia anterior, a tarde inteira. O Exército apresentou croqui, apresentou transparências, disse o que ia fazer, como que ‘ia’ atuar, como que seria a atuação da Polícia Militar, como que seria a atuação do DF Legal... chegou na hora, nada aconteceu”.

Assim como os muitos depoimentos já apurados, advindos dos milhares de presos da Papuda e Colmeia, presídios de Brasília, isto reforça as investigações em andamento, as quais apontam organizações criminosas dentro do Exército, Polícia Militar, pastores neopetencostais (financiadores), empresários e setores do Agronegócio (financiadores), este último contendo vídeos explicitando o apoio ruralista com centenas de quilos de carnes, entregues diariamente aos acampamentos dos terroristas.

A CPMI prossegue na Câmara dos Deputados e ao finalizar, seguirá à inquirição do Senado Federal.

 


Por Moisés Calado.

 

 

             

quarta-feira, 4 de janeiro de 2023

BLACK MIRROR, PRIMEIRO EPISÓDIO: SEMELHANÇA COM O GENOCIDA BOLSONARO




Imagem: Netflix
 


"Black Mirror" é uma daquelas séries que te prendem a atenção pelo conteúdo moderno e o efeito que as mídias em sua completude podem causar na vida íntima de uma pessoa, anônima ou não. O episódio 1 (um) da primeira temporada nos remete a um acontecimento muito peculiar de um ex-agente político brasileiro: Bolsonaro. Na produção da Netflix, o personagem central -- o Primeiro Ministro Britânico -- é coagido à zoofilia e a transar com uma porca para salvar a princesa inglesa, enquanto tudo é transmitido ao vivo para o mundo inteiro. Algo muito constrangedor, mas que salvou a vida dela, depois de muita relutância do inglês.
No Brasil nós tivemos um caso peculiar e semelhante, porém, sem coação; de livre e espontânea vontade. O então soldado Bolsonaro, à época dos tempos áureos do militarismo, transou com uma galinha em um local de treinamento; tudo isto relatado por ele mesmo em vídeo, sem nenhum pudor.
Quando escrevemos um romance ou um roteiro (importante frisar que roteiro não é literatura), observamos tudo ao nosso redor, além da própria criatividade, e isto influencia demasiadamente.
É imperioso ressaltar a importância das mídias em um mundo globalizado e alertá-los que hoje estamos interconectados, seja até mesmo fora da Terra. Então, muito cuidado com a classe taxonômica dos seres vivos, observando se são mamíferos ou ovíparos. Não se tornem um Bolsonaro.
P.S.: Este ano têm trabalhos importantíssimos, tanto em um novo romance como em roteiros. Ah, não percam as atualizações do blog "https://literaturainsignecompolitica.blogspot.com/?m=1", vêm muitas novidades e informações. É só clicar e acompanhar.

por Moisés Calado.

quinta-feira, 18 de agosto de 2022

CONHEÇA NOAM CHOMSKY, O MAIOR INTELECTUAL VIVO E AMIGO ÍNTIMO DE LULA

 

Imagem: CUT. Lula e Noam Chomsky


Nascido na Filadélfia, Pensilvânia, filho de um famoso estudioso hebreu, Chomsky é talvez um dos mais conhecidos pensadores de nosso tempo. Sua obra foi fundamental ao desenvolvimento da linguística no século XX. Porém, é importante perceber, que o trabalho de Chomsky neste campo origina-se de um ponto de vista filosófico com uma longa herança. Ele também é conhecido pelos seus comentários políticos e sociais, os quais, até certo ponto, são também feitos com as mesmas crenças filosóficas. Após ser dissuadido a abandonar os seus estudos universitários pelo renomado professor de linguística, Zellig Harris, Chomsky escreveu a sua obra “Estruturas Sintáticas”, publicada em 1957, a qual influenciou os estudos nessa área a partir de sua publicação. Desde aquela época, Chomsky desenvolveu e modificou seus pontos de vista em muitos trabalhos importantes, particularmente em seu “Aspecto da Teoria da Sintaxe, Língua e Mente”, e mais recentemente, “O Programa Minimalista”. De seus muitos escritos políticos, os mais influentes são: “O poder Americano e os Novos Mandarins”, “Direitos Humanos e a Nova Política Estrangeira Americana” e “O Triângulo Fatídico: O Estados Unidos, Israel e os Palestinos”. Chomsky continua a escrever ativamente sobre linguística e política.


Imagem: arquivo pessoal. Noam Chomsky em defesa de Lula


O trabalho de linguística baseado em uma teoria racionalista da mente, a qual postula em oposição à tradição empírica originária de Locke ⸺ e que estava em evidência antes do trabalho de Chomsky ⸺ que a mente do ser humano ao nascer está muito distante de ser pedra em branco ou tabula rasa, pelo contrário, é condicionada em suas operações por certas estruturas inatas. A preocupação de Chomsky, certamente, é com o aprendizado da língua e as “estruturas sintáticas” que fazem parte de diferentes línguas. Na visão de Chomsky, todas as línguas compartilham, em um nível fundamental, uma estrutura universal, ou gramática, e essa gramática universal está instalada em nossos cérebros, em vez de algo que é aprendido por meio da experiência e do ensinamento.

A noção de uma gramática universal é relativamente simples. Há algo em torno de 5.000 variedades conhecidas de língua humana. De acordo com Chomsky, apesar das muitas diferenças formais entre elas, todas são condicionadas por certos parâmetros e princípios que são inatos e únicos à mente humana. Um argumento significativo para esta conclusão é o que alguns chamam de “argumento da produtividade”. Psicólogos experimentais geralmente confirmarão a velocidade na qual se desenvolve a habilidade gramatical nas crianças com dois ou três anos de idade, uma habilidade que vai além da escassa absorção da língua à qual elas têm sido expostas até o momento.

Consequentemente, seria plausível supor que a criança tenha uma vantagem inicial. As regras gramaticas não precisam ser aprendidas, elas já estão instaladas na mente: a exposição à língua; desde sua tenra idade, meramente aciona o gatilho, e a criança desenvolve sua competência linguística à uma velocidade acelerada.

Esse processo de instalação é, como outras faculdades cognitivas, um aspecto da nossa natureza humana. Chomsky vê isso como tendo implicações políticas positivas. Em vez de ser uma folha em branco do empirismo de Locke, ou dos agentes do existencialismo, nossa natureza nos previne de sermos subjugados por forças extremas livres e inconstantes. Nossa natureza determina que existam apenas certas estruturas políticas, as quais podemos tolerar. Sistemas políticos opressivos, como os retratados por Orwell em seu livro “1984”, ou por Huxley em seu “Admirável Mundo Novo”, não podem completamente moldar nossa mente. Nossos pensamentos não são, como psicólogos comportamentais do início do Século XX supunham, respostas meramente condicionadas a estímulos repetidos. A ideia de ser um “agente livre” está tão inserida em nossa natureza, quanto os condicionamentos que atuam em nossa forma de discurso.




Imagem: Noam Chomsky por "Acampamento Lula Livre"


Isso revela um desenvolvimento posterior da teoria linguística de Chomsky. Para ele, a natureza da mente humana é revelada pela natureza da língua. Não porque a língua é uma atividade unicamente humana, mas também porque a língua “é o veículo do pensamento”, e por isso colocada unicamente para iluminar a essência da mente humana. É importante lembrar que Chomsky vê a mente com princípios e processos cognitivos que fazem parte do comportamento humano e que Chomsky firmemente se prende a uma teoria que remonta ao “inatismo” de Leibniz e outros. De acordo com essa teoria, a mente humana é dotada ⸺ como foi dito ⸺ de certas propriedades inatas, que determinam como nós somos e o que nós podemos saber.

 

“A LÍNGUA É O VEÍCULO DO PENSAMENTO E, POR ISSO,

UNICAMENTE COLOCADA PARA

ILUMINAR A ESSÊNCIA DA MENTE HUMANA”

 

Chomsky é tão conhecido agora por seus numerosos escritos políticos, quanto pelo seu trabalho em linguística. Crítico constante da política estrangeira dos Estados Unidos e do seu envolvimento no Vietnã, no Camboja e nas guerras do Golfo. Ele é um partidário ativo de mudanças sociais radicais nos EUA, e continua o seu trabalho como linguista e filósofo teórico. Ele descreve sua visão política como “socialista libertária” ⸺ uma mistura de socialismo e anarquismo, assim por dizer.

 

Leituras Essenciais:

Estruturas Sintáticas (1957) e Aspectos da Teoria da Sintaxe, da Língua e da Mente (1965).

 

Análise, tradução e transcrição do livro de Philip Stokes: “Os Grandes Pensadores”.

 

Por Moisés Calado.

quinta-feira, 28 de julho de 2022

A FILOSOFIA ARISTOTÉLICA


Imagem: EducaBra. Aristóteles.

 

Nascido em 384 a.C, Aristóteles conquistou incomparavelmente o pensamento ocidental, desenvolvendo-o de forma impressionante as ideias de Platão e Sócrates, transformando-as em uma reflexão única. Mais do que um filósofo, Aristóteles foi cientista, astrônomo, teórico político e inventor do que hoje chamamos de lógica formal ou simbólica. Escreveu extensivamente sobre biologia, psicologia, ética, física, metafísica e política. Estabeleceu os termos de debate em todas essas áreas usados até os tempos modernos. Os seus escritos sobre justiça são referências INDISPENSÁVEIS aos estudantes e operadores do Direito.

Após a sua morte, seus trabalhos se perderam por mais de 200 anos, mas felizmente foram redescobertos em Creta, na Grécia. Mais tarde traduzidos para o latim por Boécio, por volta do ano 500 d.C, a influência de Aristóteles se espalhou por toda a Síria e o mundo Islâmico, enquanto a Europa cristã o ignorou em favor de Platão. Ele passou a se tornar influente na Europa Ocidental só depois que São Tomás de Aquino reconciliou o trabalho de Aristóteles com a doutrina Cristã, no Século XIII.


Imagem: Europa. Ilha de Creta.


Aos 17 anos de idade, Aristóteles recebeu os ensinamentos na Academia de Platão, onde permaneceu por 20 anos, até a morte de Platão. Mais tarde ele fundou a sua própria instituição, o Liceu, onde ele expôs uma filosofia diferente em método e conteúdo da de seu mestre.

Mais do que qualquer outro filósofo antes dele, Aristóteles fez muitas observações e classificações estritas de dados em seus estudos. Por esta razão ele é considerado o pai da ciência empírica e do método científico. Diferente de  seu predecessor Platão, Aristóteles sempre empreendia suas investigações considerando as opiniões de especialistas e leigos, antes de detalhar seus próprios argumentos, assumindo que um pouco de verdade pode ser encontrada em ideias já concebidas. O método de Aristóteles era rigoroso e sem o tom proselitista de muitos de seus predecessores.

Ao contrário de Platão e dos pré-socráticos, Aristóteles rejeitou a ideia de que muitos dos diversos ramos da indagação humana poderiam, em princípio, serem classificados sob uma disciplina baseada em algum princípio filosófico universal. Ciências diferentes requerem axiomas diferentes e admitem níveis variáveis de precisão de acordo com o assunto delas. Assim, Aristóteles negava que pudesse haver leis exatas da natureza humana, enquanto sustentava que certas categorias da metafísica ⸺ tais como quantidade, qualidade, substância e relação ⸺ fossem aplicáveis à descrição de todos o fenômeno. Se há uma linha comum em muito do trabalho de Aristóteles, essa está em seu conceito de teleologia ou finalidade. Talvez, como resultado de sua preocupação com estudos biológicos, Aristóteles ficou impressionado pela ideia de que o comportamento animado e inanimado vai em direção a alguma finalidade (“telos”) ou objetivo. É comum explicar o comportamento das pessoas, instituições e nações em termos de finalidade e objetivo (por exemplo: João está sentado à banca examinadora para ser um advogado; a escola está promovendo uma festa para arrecadar fundos para o telhado; o país vai para a guerra para proteger seu território), e do mesmo modo a biologia moderna evolucionária faz uso de explicações objetivas para justificar o comportamento de, por exemplo, genes e imperativos genéticos. Porém, Aristóteles pensava que o conceito de finalidade poderia ser invocado para explicar o comportamento de todas as coisas no universo. Seu raciocínio se baseia na ideia de que todas as coisas têm uma função natural e luta para efetivar ou exibir essa função, a qual é seu estado mais natural e melhor. É pelo conceito de função que Aristóteles então conecta sua ética à sua física, alegando que a função natural do homem é pensar, e pensar bem é pensar de acordo com sua virtude. Diferente das opostas teorias sobre ética de Kant e Mill, ambas as quais veem as ações como assunto de julgamentos éticos, a ética de Aristóteles focaliza no caráter do agente como aquele que é moralmente bom ou mau. Esta tão chamada “virtude ética” foi revivida com muito sucesso de crítica pela filosofia moral de Alistair Macintyre, no Século XX.

 

Leituras essenciais sobre Aristóteles:

Ética a Nicômaco: um dos trabalhos mais importantes e influentes sobre ética que já foi escrito, ele contém uma discussão sobre virtude e sua relação com o bem-estar e a felicidade. As visões éticas de Aristóteles mostram uma clara compreensão da psicologia e natureza humana.

Política: uma discussão sobre a cidade-estado ideal. Classificação dos méritos e deméritos de cada tio de governo. O livro inclui uma defesa da escravidão (demérito).

Física: fala sobre a matéria, forma, causação, espaço, tempo e movimento. Importante por causa da natureza da explicação.

 

Análise do livro de Philip Stokes: “Filosofia: Os grandes pensadores”.

 

Por Moisés Calado.

quinta-feira, 23 de junho de 2022

"INTERTEMPORAL": O NOVO ROMANCE DE MOISÉS CALADO

 



UMA VIAGEM ENTRE OS TEMPOS


Imagem: arquivo pessoal do autor. Foto: por Selly Edny


Repleto de tecnologias ainda inexistentes, o novo romance ficcional do autor Moisés Calado promete nos levar a viagens pelo tempo em diferentes épocas. Indo do passado ao futuro e preenchendo-se no presente, o escrito é perfeito por distopias e realidades inconcebíveis ⸺ pelo menos assim pensavam as pessoas em períodos remotos da história humana. As sociedades e os acontecimentos citados na obra exemplificam as díspares épocas em que o ser humano desacreditou que algo poderia existir e restringia-se apenas a imaginação humana.      

Segundo o autor de “A Ordem” (2018), “O Escritor: Reencontro com a razão” (2019), “Exorcismus ⸺ Sob a influência do mal” (2015. Selo: Chiado Books), “Elisabeth” (2019), “Imaculada Percepção” (2020), “Além da Terra, Além do Céu” (antologia de 2020, Selo: Chiado Books) e agora “Intertemporal” (2019 a 2022), a obra fora produzida em uma época em que as máquinas predominam através da concepção e aperfeiçoamento da inteligência artificial.

Elaborado no início de 2019, antes do surgimento do vírus SARS COV 2/Covid-19, o romance fala sobre um patógeno letal que se espalha sobre a Terra com a ajuda das guerras de proporções nucleares. O “Governo” usara todos os recursos pertencentes ao povo e passara a estudar a eugenia para o aperfeiçoamento da raça humana. A Teoria Malthusiana fora criada pelo pastor da Igreja Anglicana, Thomas Robert Malthus, nascido em 1766; ele estudava a reprodução desenfreada dos seres humanos. O clérigo, como um exímio estudioso demográfico, desenvolvera uma forma única de frear o crescimento populacional através da contenção sexual antes do casamento, condicionamento moral para retardar as práticas antes do matrimônio e ter um número específico de filhos, preferencialmente, o quanto se pudesse sustentar; as suas ideias são citadas de forma admirável em “Intertemporal”, assim nos revela o criador da obra.

Visto como um escritor de romances policiais e terror psicológico, Moisés Calado se introduzira na ficção científica com uma temática atualíssima, remetendo críticas aos governos, glosando sobre Física, Biologia e possíveis guerras futurísticas. A Teoria ou Princípio da Consistência ou Autoconsistência de Novikov, também nos esclarece o porquê da não existência dos paradoxos temporais e a irreprochável peregrinação do protagonista pelas diversas épocas apresentadas a ele, o qual passa a ser a “causa da consequência do seu próprio evento”, sem alterações ramificadas na linha de tempo.     



Imagem: arquivo pessoal do autor. Por Andréa Alcântara.


O autor também nos fala sobre a personalidade forte do seu protagonista e a sua busca pelo amor a si mesmo, levando-nos a acreditar que o personagem “Siomes” (um anagrama do seu próprio nome, “Moisés”) demonstra ter características depressivas. Ainda na mesma obra, pode-se encontrar cenas adultas, “com sexo explícito e excitante”, diz o escritor.

A obra vem sendo analisada por algumas editoras fora do eixo de contratos editoriais do classicista e aguarda por futuras resoluções. Esperemos que muito em breve este romance esteja nas prateleiras e lojas virtuais de todo o Brasil.

 

Por Cláudio Bittencuor.

 

 

 

 

 

 

segunda-feira, 13 de junho de 2022

33 MILHÕES PASSANDO FOME E BOLSONARO COM FORAGIDO DA JUSTIÇA NOS EUA.


O IMPÉRIO DO BANDITISMO


Foto retirada do Twitter. Sem autoria avalizada.


Neste último sábado, dia 11 de Junho, em mais uma viagem feita pelo folião do Palácio do Planalto ao exterior, ocorreram episódios inusitados. O então presidente do Brasil foi aos EUA onde aconteceu a reunião da Cúpula das Américas, conhecida afetuosamente entre os países ao Norte como “Conselho das Colônias Latinas”. A reunião discutiu, sobretudo, a economia e a degradação ambiental, não desprezando demais assuntos mundiais como a guerra na Ucrânia. No entanto, além da sessão, que se tornara pano de fundo para os apoiadores do segundo golpe político em curso no Brasil, houveram as costumeiras “honrarias” ao golpista mor do Planalto.

Às sete horas da manhã, na cidade de Orlando na Califórnia/EUA, apoiadores do genocida brasileiro se reuniram para mais uma “motociata” e passeata com a ínclita presença do admirador dos passeios de moto à lá Mussolini. Às 8 horas da manhã o local do encontro reunia não mais que duas mil pessoas, quando era esperado por eles um número bem maior, segundo informações do Jornal Extra, da Rede Globo. A aglomeração fora composta pelas mais diversas figuras que habitam as terras do Norte: de cidadãos que saem do Brasil para limparem privadas dos estadunidenses, batendo continência para a bandeira deles, quanto por turistas que se aprazem com a fome de 33 milhões de pessoas em sua terra de origem, imaginando-se melhores por caminharem sobre os ladrilhos dos sonhos, na “Disney”. Entre todos os desconhecidos apreciadores do “Mikey Mouse”, o zimbório presidencial e a mídia desinformativa brasileira, estava o foragido internacional, Allan dos Santos, criador de um canal propagador de mentiras no YouTube, intitulado de “Terça Livre”. O então personagem teve prisão decretada no Brasil pela Suprema Corte (STF), que aguarda resposta ao pedido de extradição do criminoso apoiador do clã Bolsonaro. Em um vídeo com aproximadamente 6 minutos, o blogueiro passeia na garupa de uma moto cumprimentando e acenando às pessoas.

“A galera está aqui. Esse aqui é o DataFolha, o ‘DataPovo’ de verdade. Hoje é dia de ver a imprensa chorar”, disse o foragido na exposição ao vivo.

Ainda em gravação, o delinquente bolsonarista seguiu agitando as pessoas presentes e desmerecendo as instituições brasileiras, assim como fez diversas vezes antes de fugir do país acobertado pelo então Presidente.

“Xandão não queria que eu fosse à ‘motociata’ no Brasil, então Deus quis que ela viesse até mim! Você vai derrubar a minha conta, mas eu vou criar dez mil. Não vai me calar não!”, afirmou em outra de suas falas relativas ao Ministro da Suprema Corte.


Imagem: Revista Veja. Ministro Alexandre de Moraes (STF)

O Ministro Alexandre de Moraes (STF) remeteu um pedido à justiça e ao Departamento de Estado estadunidense, para que o Allan dos Santos seja introduzido nos registros de procurado e seja enviado ao Brasil para cumprimento da pena. Órgãos internacionais como a INTERPOL (Polícia Internacional) também foram ajuizados, mas ainda não tem-se informações de quando ele será posto nas páginas de foragido do organismo internacional.  

Sabe-se que essa manifestação a favor do golpista brasileiro foi organizada e financiada por um grupo de empresários e um ajuntamento de conservadores que se denomina grupo "YES Brazil USA". Neste mesmo dia, por acaso, também houve o Congresso Conservador, dirigido pelos mesmos organizadores da "motociata" pró-genocídio. Entre os participantes do Congresso estavam como convidados: Daniel Silveira, ex-policial condenado à prisão dezenas de vezes (participou remotamente); Eduardo Bolsonaro, um dos filhos investigados do presidente, e o Allan dos Santos, o foragido.  

 

 Por Moisés Calado.


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