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domingo, 2 de julho de 2023

NORDESTE: HISTORIADOR CLÓVIS MANFRINE COMENTA SOBRE O VERDADEIRO SÃO JOÃO




Imagem: arquivo pessoal


 Esperei passar o período junino para falar sobre a questão da perda de identidade cultural no Nordeste. O São João, as festas de junho de maneira geral, é a representação mais autêntica da cultura nordestina. Claro que já herdamos dos portugueses, principais colonizadores aqui por estas bandas, a tradição em festejar os Santos Antônio, João e Pedro, e acrescentemos neste caldo a cultura africana e - principalmente - a indígena (mais forte no interior nordestino) com o símbolo principal das festividades: o milho.

Pois bem, mas, agora, parte da população, os mais jovens, vamos ser sinceros, decidiram que a “cara“ do São João nordestino é um Gustavo Lima ou um tal dj Alok... Ai do gestor público que não trouxer como atração principal estes elementos que em nada, rigorosamente nada, têm laços culturais ou étnicos com o Nordeste brasileiro. São de outra raiz, de outra cepa (nunca mais tinha ouvido esta palavra que ficou popular durante a pandemia), de outra categoria musical (muito discutível, por sinal) e não mostram qualquer interesse na região, a não ser abocanhar 500, 900 mil contos em cachês pagos pelo erário.
Que estes sujeitos façam seus “shows“ em outros cantos durante este período sagrado para muita gente e deixem as nossas festas em paz. Ao mesmo tempo, temos conhecimento do que faz este tipo de cantiga fazer sucesso. O sucesso é garantido entre milhares de divulgadores, plataformas e redes sociais. Nem precisam mais de rádios, que até democratizavam um pouco a divulgação de artistas de todo o país, mas, sim, somente de esquemas prontos, industrializados, saídos aos montes a cada mês para “bombar“ em tudo que é lugar e entupir nossos ouvidos mesmo sem escolhermos isto.
É o totalitarismo deste tipo de “música“.


Por Clóvis Manfrine Calado.

"O Corvo", de Edgar Allan Poe

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