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segunda-feira, 27 de junho de 2022

UMA BREVE HISTÓRIA SOBRE O SOCIALISMO E O CAPITALISMO




 

PESAMENTOS DE KARL MARX



Na Baixa Idade Média surgiram as verdadeiras característica do capitalismo, não as mesmas que conhecemos hoje, com o arrocho familiar, endividamento carregado e, consequentemente, a miséria assolando todo o mundo impossibilitado de ter acesso as coisas mais básicas ao ser humano: feijão e arroz. No entanto, o capitalismo deixa o seu rastro de morte desde o seu surgimento.

Entre os séculos XI e XV, por causa da mudança do centro de vida econômica, política e social dos feudos para a cidade, surgem as primeiras distinções entre a vida campesina e urbana. Com a crise demográfica causada pela Peste Negra e a fome que afligia, originando a morte de mais de 40% da população europeia, o comércio europeu viu-se forçado a reativar os seus centros apoiados pelas Cruzadas, passando-se pelos séculos XI ao XII. Nesse interim, a Europa passou por um intenso desenvolvimento urbano civilizacional e comercial. Consequentemente as relações de produção capitalistas se multiplicaram e amofinaram as bases do feudalismo. Já na idade média, o absolutismo atrelado ao mercantilismo elevou o poderio político e econômico dos reis. As pessoas que viviam no campo se mudavam para as cidades em busca de empregos e melhores condições de sobrevivência subexistencial, mas os centros urbanos da época não suportavam a abrupta ampliação demográfica. A situação se tornara caótica.

No entorno da Europa do século XIX, os conflitos começaram a se caracterizar pelos embates entre trabalhadores e capitalistas. Ao ler o livro de Friedrich Engels, "A Situação da Classe Trabalhadora na Inglaterra", o grande teórico do socialismo científico exemplifica as catástrofes sociais criadas pela Revolução Industrial, que teve como maiores referências ideológicas o liberalismo, passando-nos a terrível ideia do individualismo entre os homens.



“[...] A sociedade europeia, que até então, vinha mantendo seus vínculos feudais tradicionais de coesão e integração, baseados nos laços familiares, religiosos, morais e sentimentais, comuns ao meio rural, de forma abrupta, assistiu ao surgimento de uma organização urbano-industrial sem nenhum tipo de ligação que primasse pelo humanismo [...]”

Marx, karl.

 

A nova revolução industrial e as teorias criadas por Adam Smith, precursor do liberalismo, trouxeram consigo a ideia de “avanço tecnológico e científico”, quando na realidade, os avanços reais foram iniciados pela mão-de-obra trabalhadora e explorada. Os negócios familiares, que se mantinham estáveis foram substituídos por grandes empresas agrupadas em carteis agregadores ou eliminadores. A Europa, como um todo, tornou-se uma sociedade de desempregados, mendigos e trabalhadores sem nenhum vínculo familiar e empregatício. A miséria fora fato agregador à proliferação de mães solteiras, de crianças sem pais e mulheres e homens despreparados, tornando-se presas fáceis aos proprietários de minas de carvão e fábricas concentradoras do capital produzido pelo trabalho de superexploração. Enquanto a burguesia urbana enriquecia pelo espólio colonial, adquirido por invasões às civilizações asiáticas e africanas, a Europa vivia o luxo de deter o poder sobre o mundo menos abastado e via-o como uma simples base de sustentação.

As revoluções de 1848 e a Comuna de Paris de 1871 provocaram uma nova reorganização social. Possivelmente, podemos afirmar que os maiores resultados do conflito entre os trabalhadores e a burguesia exploradora, foi a construção de um Estado de Bem-estar social. Os trabalhadores, logo após terem adquirido direitos civis, políticos e sociais, passaram a escolher os seus representantes por meio do voto, minando o pleno poder da monarquia. Os sindicatos puderam ser criados para garantirem uma renda mínima ao trabalhador e, posteriormente, a sua existência em sociedade.



“[...] As contradições, no entanto, continuaram existindo. As cidade cresciam sem planejamento e não ofereciam as mínimas condições de higiene: acentuava-se as divisões de trabalho entre a burguesia e o proletariado; o Socialismo que deu origem as teorias de Karl Marx, o Anarquismo de Mikhail Bakunin e de outros líderes ganharam adeptos; enquanto as revoltas de trabalhadores se tornaram constantes. A Comuna de Paris (1871) conseguiu, durante setenta dias, promover um radical governo proletário, até a sua violenta dissolução pelas forças conservadoras, que favoreceu ainda mais a euforia burguesa e do capitalismo desumano, que continuaram massacrando o proletariado [...]”

Gomes, morgana.

 

Em análise fria, podemos observar que as misérias do mundo Ocidental e, posteriormente, das demais regiões se deram com a urbanização industrial e a consequente concentração de riquezas nas mãos de grupos seletos. Desde o período Renascentista, o mundo mantinha uma estabilização econômica e social bucólica, com uma manutenção de desenvolvimento retilíneo e contínuo.

 

“A natureza do homem é de tal maneira que, ele não pode atingir a perfeição, senão agindo para o bem e a perfeição da humanidade (sic).”

(Karl Marx).

 

Por Moisés Calado.

sábado, 18 de junho de 2022

ÉTICA A NICÔMACO ⸺ ARISTÓTELES

 






O JUSTO E O TEMPERANTE



Imagem: arquivo pessoal.


A prática, é em si, uma das únicas formas de mensurarmos os atributos atinentes ao ser humano. De fato, quando nos predispomos a algo, não sabemos se o que desejamos ou como agimos representa a vontade essencial; uma qualidade inerente ao ser. A ação se dissocia da afirmação inerte, pela sua solidez.

Genuinamente, as pessoas boas se caracterizam pelas suas atividades consolidadas a terceiros e não só pelas palavras emanadas sem a atuação necessária para, o que hora fora teórico, tornar-se concreto e benéfico.

Em “Ética a Nicômaco”, páginas 45 e 46 [alíneas 20, 25, 30, 1105 b, 5, 10, 15], Aristóteles discorre sobre o justo e o temperante como personagens distintos dos atuantes de forma gerida e com conhecimento prévio, assim como os gramáticos ou músicos:


(20) “[...] Com efeito, se os homens praticam atos justos e temperantes, é que já têm essas virtudes, do mesmo modo que, se fazem coisas em conformidade com as leis da gramática e da música, é que já são gramáticos e músicos [...]”

                                                   Aristóteles.



Os justos e temperantes, por si só agem conforme a virtude que lhe fora atribuída ao nascer; não necessitando de uma terceira noção para que as suas ações se validem. Ora, mas alguém que pratica algo pertinente à gramática não pode se beneficiar da ajuda de um terceiro para a completude do seu intento? Sim. Verdadeiramente, pode, mas o gramático só será um gramático quando possuir os conhecimentos que só o próprio gramático possui e são-lhe inerentes por praticá-los, não por serem atributos de sua essência. Acontece que há uma semelhança entre a virtude e os artifícios usados porque a temperança e a justeza têm seu mérito em si próprios, satisfazendo-se com o caráter contido nelas. As artes não se completam, por não terem mérito próprio em si; derivam de uma autocorreção para execução. Ao contrário da virtude, esta vista como qualidade moral concernente ao íntimo do ser; que diz-se do justo e o temperante.


(10) “[...] Está certo, então, dizer que é pela prática de atos justos que o homem se torna justo, e é pela prática de atos temperantes, que o homem se torna temperante, e sem essa prática ninguém teria nem sequer a possibilidade de tornar-se bom [...]”

Aristóteles.



Imagem: filosofia.arcos.org.br


Podemos observar, como dito anteriormente, que a teoria não o torna bom sem a prática, mas entendedor da ação, assim como a maioria das pessoas que assim procedem. O conhecimento não o torna necessariamente virtuoso em justeza e temperança, porém arguto em suas ações exercidas. A virtude, então, advinda do justo e temperante, compete não só à prática como à qualidade inerente à essência do homem.     

 

 Por Moisés Calado.

 

   

segunda-feira, 23 de maio de 2022

UMA ANÁLISE REFERENCIAL



O Escritor: Reencontro com a razão                                                   



Imagem: Google imagens.



Com mais de 10.200 (dez mil e duzentas) visualizações e apreciações nas suas versões em português e inglês, "O Escritor: Reencontro com a razão" (The Writer) entrou para um dos rols mensais. Destaque-se esta análise subjetiva.


Imagem: Moisés Calado e Inkspired.



Vamos começar por essa sinopse, que está simplesmente encantadora: A primeira parte está carregada de suspense, mas na medida perfeita para elevar o nível de curiosidade do leitor. A segunda parte da apresentação levanta questões (talvez seja esta a melhor definição), isto, porque ali num pequeno trecho, você percebe que algo não está certo. Agora, a terceira parte: Meu pai amado (perdoe-me a empolgação. Risos.), está simplesmente maravilhosa! A premissa do que está por vir fica clara, mas de forma muito sutil, sem dar spoilers e sem matar a curiosidade; muito pelo contrário: a curiosidade só aumenta. Eu fiquei apaixonada pela forma como foi trabalhada.

Particularmente, eu adoro estórias que têm muito a ver com as pessoas e o cotidiano frugal, aqueles textos que os indivíduos se identificam facilmente. É simples se colocar no lugar de Joan, fazendo com que o sofrimento dele, devido ao bloqueio, seja o meu e o seu sofrimento. Isto é incrível, porque a verossimilhança se torna muito real.



Foto: Moisés Calado, por Andréa Alcântara .


A coesão da escrita está puramente excelente, assim como a estrutura. A narrativa traz um escrito muito empolgante, a qual não é fácil desviar os olhos por um momento sequer. É sóbria e cativante.
Quanto aos personagens, é meramente impossível não simpatizar com Joan e a sua busca por novos ares, onde está convicto que uma ideia surpreendente irá se fazer presente sobre ele. No entanto, toda uma confusão começa de maneira lenta e ao mesmo tempo acelerada, na qual não conseguimos parar de torcer por ele e sua jornada. Devagar o escrito começa a moldar as características dos personagens, e cada parágrafo é acometido por surpresas atrás de surpresas. O final? O desfecho é uma verdadeira cereja no bolo.


Algo que deixa o trabalho mais primoroso e eu não posso deixar de comentar, é a gramática: afortunadamente maravilhosa e muito bem posta. Na verdade, é um colírio para os olhos, e a leitura flui de forma fascinante. Foi uma experiência encantadora e avassaladora! Orgulho-me em dizer que foi diferente de tudo que já li. Parabéns ao autor Moisés Calado! Espero ler muito mais trabalhos como este.


Por Ísis Marchetti.


MUAMMAR GADDAFI, O HOMEM QUE QUIS UNIFICAR OS POVOS

Muammar Gaddafi Foto: Google imagens. Gaddafi.   Nascido a 1942 em Abu Hadi ,  Líbia Italiana , Muammar Mohammed Abu Minyar al-Gaddafi desc...