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terça-feira, 17 de maio de 2022

ADAPTAÇÃO E TRANSLITERAÇÃO

Um olhar filosófico



Existem adaptações de livros ao cinema que são desastrosas, isto é inquestionável; outras se amoldam a nuances e regras de uma fotografia apresentável e aceita pelo público áudio visual como melhor aos olhos e à estória. O problema em algumas situações é a total transformação de um personagem, na maioria das vezes, fisicamente inviável.


Imagem: Livros e Opinião.

O “Médico e o Monstro”, do clássico escritor Robert Louis Stevenson, é uma das obras que são representadas de maneira falha todas as vezes que ganha a tela do cinema (assim analisado em díspares enredos da Sétima Arte). Enquanto o Doutor Jekill e o Senhor Hyde são representados como duas pessoas diferentes em filmes, a obra escrita retrata a dualidade existente na essência humana, esta composta pelo bem e o mal imódicos, intensos exteriormente. A transformação de Jekill no monstro Hyde, de aparência anã, com braços curtos, força exagerada e corpo deformado, é descrita por Stevenson como uma linha tênue entre as personalidades viventes na psique humana, estas delineadas por nós como o bem e o mal maiores que envolvem o ser humano. A deformação física narrada pelo escritor deve ser observada como uma alegoria à capacidade de autodestruição do ser em busca da percepção elevada, a que o leva à própria destruição por ser plenamente dominado por este lado obscuro; ainda não compreendido.
Imagem: Sociedade de Reumatologia do Rio de Janeiro (SRRJ).


O retrato do Monstro no cinema é parcialmente disforme do que o conto apresenta e isto revela muito sobre o que realmente o cinema é propenso a mostrar, seguindo a visão estereotipada do roteirista e adaptador da obra, do mesmo modo como nas diversas formas de transliterações exigidas em um romance do russo Dostoiévski, por exemplo. Nisto, muitas vezes o que prevalece é a forma do tradutor e transliterador entender o que o criador quis passar, trazendo à versão uma grande parte de quem fez a transliteração e a traduziu. A recomendação é sempre ler na própria língua escrita para não se decepcionar, posteriormente.

"O Corvo", de Edgar Allan Poe

Imagem: Arquivo pessoal. Edgar Allan Poe. Seu texto mais famoso é o poema narrativo  O corvo  ( The raven ) , de 1845. Nesse poema,   o na...