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quarta-feira, 18 de maio de 2022

O BOÊMIO DE PARIS

Charles Baudelaire


Imagem: O Estado da Arte. O spleen de Paris de Charles Baudelaire.


Charles Baudelaire, por tantos esquecido, fora uma das maiores expressões poéticas do Século XIX. Um dos pais do Simbolismo e fundador da Tradição Moderna da Poesia, o escritor também era um etilista e grande apreciador das noites francas. Nascido a 09 de abril de 1821, na antiga Paris, Baudelaire surgira seis anos após a queda do Império napoleônico na Batalha de Waterloo (1815). Nascido de pai abastado, estudou no Colégio Real de Lyon e Lycée Louis-Le-Grand. Ao alcançar a maioridade, fora contemplado pelos auspícios da herança de setenta e cinco mil Francos deixada pelo seu genitor.


Foto de Charles Baudelaire em 1863, por Étienne Carjat.


A manifestação do Movimento Simbólico e Estético de Baudelaire, harmoniza-se airosamente nas poesias grafadas sob a fuligem do seu cachimbo e os tragos etílicos nas noites chuvosas de Paris. Ao observarmos a poesia “§§ III ⸺ Confissão de Artista”, percebemos uma referência implícita aos escritos de Aristóteles, em “Ética a Nicômaco”, onde o filósofo pondera sobre o “belo”. Alusão, porém, ao produto final da definição do que é belo, não à análise objetiva e escalada do pensador grego. Nas expressivas palavras do poeta, a Natureza lhe submete à pequenez humana diante da suntuosa e irrefreável forma natural, e no influxo derradeiro que ela ministra.

         “[...] E agora a profundeza do céu me consterna; exaspera-me a sua limpidez. Revoltam-me a insensibilidade do mar, a imutabilidade do espetáculo… Ah! Será preciso sofrer eternamente, ou evitar eternamente o belo? Natureza, impiedosa feiticeira, rival sempre vitoriosa, deixa-me! Não tentes os meus desejos e o meu orgulho! A contemplação do belo é um combate em que o artista grita de pavor antes de ser vencido.” ⸺ Baudelaire, charles.

Ainda que a admiração o tenha como um utensílio, ele não tenta se desvencilhar dos grilhões que o prendem, mas “grita” aterrorizado com a inevitável ruína a qual o poeta é levado por não originar os feitos que só a Natureza consegue. Nesta passagem, o escritor deixa claro a força desproporcional entre o homem e a criação.


Charles Baudelaire. Imagem: Revista Prosa e Verso.


Charles Baudelaire, assim como tantos e inúmeros outros poetas de sua época, passara despercebido pelos olhos do cenário literário parisiense do Século XIX, porém, há de se realçar a importância maior ao pai da poesia moderna; do mesmo modo que validamos os precursores dos demais seguimentos literários. 

Baudelaire faleceu de Sífilis, em 31 de agosto de 1867, em Paris.


Por Moisés Calado.

"O Corvo", de Edgar Allan Poe

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