UMA VIAGEM ENTRE OS TEMPOS
Repleto
de tecnologias ainda inexistentes, o novo romance ficcional do autor Moisés
Calado promete nos levar a viagens pelo tempo em diferentes épocas. Indo do
passado ao futuro e preenchendo-se no presente, o escrito é perfeito por distopias
e realidades inconcebíveis ⸺ pelo menos assim pensavam as pessoas em períodos
remotos da história humana. As sociedades e os acontecimentos citados na obra exemplificam
as díspares épocas em que o ser humano desacreditou que algo poderia existir e
restringia-se apenas a imaginação humana.
Segundo
o autor de “A Ordem” (2018), “O Escritor: Reencontro com a razão” (2019), “Exorcismus ⸺ Sob a influência do mal” (2015. Selo: Chiado Books), “Elisabeth” (2019), “Imaculada Percepção”
(2020), “Além da Terra, Além do Céu” (antologia de 2020, Selo: Chiado Books) e agora “Intertemporal”
(2019 a 2022), a obra fora produzida em uma época em que as máquinas predominam
através da concepção e aperfeiçoamento da inteligência artificial.
Elaborado
no início de 2019, antes do surgimento do vírus SARS COV 2/Covid-19, o romance fala
sobre um patógeno letal que se espalha sobre a Terra com a ajuda das guerras de
proporções nucleares. O “Governo” usara todos os recursos pertencentes ao povo
e passara a estudar a eugenia para o aperfeiçoamento da raça humana. A Teoria Malthusiana fora criada pelo pastor da Igreja Anglicana, Thomas Robert Malthus, nascido em 1766; ele estudava a reprodução desenfreada dos seres humanos. O clérigo, como um exímio
estudioso demográfico, desenvolvera uma forma única de frear o crescimento populacional
através da contenção sexual antes do casamento, condicionamento moral para
retardar as práticas antes do matrimônio e ter um número específico de filhos,
preferencialmente, o quanto se pudesse sustentar; as suas ideias são
citadas de forma admirável em “Intertemporal”, assim nos revela o criador da
obra.
Visto
como um escritor de romances policiais e terror psicológico, Moisés Calado se
introduzira na ficção científica com uma temática atualíssima, remetendo críticas
aos governos, glosando sobre Física, Biologia e possíveis guerras futurísticas.
A Teoria ou Princípio da Consistência ou Autoconsistência de Novikov, também
nos esclarece o porquê da não existência dos paradoxos temporais e a irreprochável
peregrinação do protagonista pelas diversas épocas apresentadas a ele, o qual passa a
ser a “causa da consequência do seu próprio evento”, sem alterações ramificadas
na linha de tempo.
O
autor também nos fala sobre a personalidade forte do seu protagonista e a sua
busca pelo amor a si mesmo, levando-nos a acreditar que o personagem “Siomes”
(um anagrama do seu próprio nome, “Moisés”) demonstra ter características
depressivas. Ainda na mesma obra, pode-se encontrar cenas adultas, “com sexo
explícito e excitante”, diz o escritor.
A
obra vem sendo analisada por algumas editoras fora do eixo de contratos
editoriais do classicista e aguarda por futuras resoluções. Esperemos que muito
em breve este romance esteja nas prateleiras e lojas virtuais de todo o Brasil.
Por
Cláudio Bittencuor.