No dia 8 de Janeiro deste
ano (2023), após a posse do atual presidente da República, Luiz Inácio Lula da
Silva, houve uma completa destruição das sedes dos Três Poderes, em Brasília.
Dia 12 de Dezembro do ano passado já haviam ocorrido destruições e terrorismos
pelas ruas de Brasília e em algumas cidades aderentes a um golpe de Estado
orquestrado pelo então presidente Jair Bolsonaro e uma pequena cúpula golpista do
Exército. Neste interim, e desde o dia 30 de Outubro de 2022, quando as
eleições presidenciais foram definidas pelo povo a favor de Lula, acampamentos
golpistas se fixaram nas frentes dos quartéis de todo o Brasil com uma única
intenção: impedir o vencedor do pleito eleitoral de tomar posse da presidência
do país.
Há dois meses, deputados
embusteiros, eleitos pela sigla do ex-presidente golpista (União Brasil/PL),
que se encontra foragido do país por temer a prisão, iniciaram uma campanha
para arrecadação de assinaturas a fim que se constituísse uma CPMI no
Congresso Nacional. Com o cômputo de firmas suficientes, a abertura da Comissão
Parlamentar Mista de Inquérito foi iniciada automaticamente, sem a necessidade
da homologação dos presidentes das casas legislativas. Os então parlamentares têm
listas de integrantes a serem intimados a depor com intento de ludibriar a
população em favor do terrorismo bolsonarista do dia 08, assim como os parlamentares do
campo progressista têm suas listas de depoentes para confirmarem as reais
intenções e culpados pelo terrorismo na Esplanada dos Três Poderes.
Ontem, 16 de Março de 2023,
um dos presos acusados de chefiar a destruição em Brasília, o ex-Comandante da
Polícia Militar do Distrito Federal, Jorge Naime, depôs à CPI da Câmara dos
Deputados. Ao dia 08 de Janeiro ele dirigia o batalhão da PM/DF, o que resultou
em sua prisão pela Operação Lesa-Pátria por supostamente compactuar com os atos
terroristas. Em depoimento aos parlamentares, Naime relatou que a polícia
militar fora atrapalhada e impedida de atuar na proteção do Palácio do Planalto,
das casas legislativas e do Supremo Tribunal Federal (STF); que o obstáculo
viera dos militares do Quartel General do Exército da capital do país.
Ao ser questionado como
viviam os golpistas nos acampamentos, ele foi enfático: “Eu ‘tive’ várias vezes
naquele acampamento, como eu já falei, né? E eles realmente viviam uma bolha,
ali dentro. Eles só consumiam informações e grupos, e o que era falado naquele carro
de som, e eles não viam o que ‘tava’ acontecendo fora daquilo ali... e assim,
parecia uma seita; tinha hora que você conversava com alguns lá, parecia uma
seita. E, ali realmente foi o epicentro; ali chegou ao absurdo de eu receber um
dia, um líder chamado Renan Sena: fez um vídeo, botou nas redes sociais
acusando um outro líder de ter cometido estupro dentro do acampamento. Eu falei
a respeito desse vídeo, mostrei, inclusive esse vídeo na época, em uma das
reuniões que nós tivemos no Exército, para poder ver que nível que ‘tava’
chegando a coisa, né? A gente já tinha informações de tráfico de drogas, de
ambulante, de prostituição, tinha já esse vídeo que apareceu de denúncia de
estupro; e a gente ficava ali, a Polícia Militar... não foi uma ou duas vezes,
eu botei quinhentos homens... quinhentos homens eu botei à disposição do
Exército na Rainha da Paz, no dia vinte e nove do doze eu botei quinhentos e
cinquenta e três homens à disposição do Exército pra retirar aquele acampamento
definitivamente e a operação foi cancelada. A operação foi planejada na tarde
do dia anterior, a tarde inteira. O Exército apresentou croqui, apresentou
transparências, disse o que ia fazer, como que ‘ia’ atuar, como que seria a
atuação da Polícia Militar, como que seria a atuação do DF Legal... chegou na
hora, nada aconteceu”.
Assim como os muitos depoimentos
já apurados, advindos dos milhares de presos da Papuda e Colmeia, presídios de
Brasília, isto reforça as investigações em andamento, as quais apontam
organizações criminosas dentro do Exército, Polícia Militar, pastores neopetencostais
(financiadores), empresários e setores do Agronegócio (financiadores), este
último contendo vídeos explicitando o apoio ruralista com centenas de quilos de
carnes, entregues diariamente aos acampamentos dos terroristas.
A CPMI prossegue na
Câmara dos Deputados e ao finalizar, seguirá à inquirição do Senado Federal.
Por Moisés Calado.